
Assistir a um show do Restart – o maior fenômeno adolescente atual no país – pode ser um poderoso exercício de autoestima e uma cura para a solidão. Entre uma música e outra, a banda despeja declarações de amor sobre os fãs. “A gente sempre amou vocês.” “Nós somos completamente apaixonados por este público, e agora vamos cantar uma música para vocês também se apaixonarem pela gente.” “A gente tentou passar só um pouquinho deste amor e deste carinho que a gente sente por vocês: sintam-se beijados e abraçados.” Quando as demonstrações de amor mútuo são interrompidas por uma canção, as melodias e letras açucaradas reiteram a mensagem. A cada verso que eu escrevo/só aumenta esse amor em mim, dizem os versos de “Esse amor em mim”. A julgar pelo entusiasmo do público e da banda, fica difícil imaginar como o amor ainda pode aumentar.
“A gente tenta espalhar um pouco de amor e de carinho no que a gente faz, nas nossas roupas e nas nossas músicas”, afirma Pe Lanza. “O mundo está tão escrachado, tem gente tão novinha se afundando em drogas, deixando a família para trás. A gente tenta mostrar para a galera que dá para se divertir com coisas legais.” No perfil de Pe Lanza no Twitter, por exemplo, a rebeldia dos astros do rock dá lugar a elogios à mãe. Embora rejeite o rótulo de bom moço, ele diz que, se o mundo fosse dividido entre bonzinhos e bad boys, a banda estaria do lado dos primeiros. Por isso, assume o papel de espalhar as “coisas boas” entre os fãs. Não importa qual seja a pergunta para Pe Lanza, as palavras “amor”, “carinho” e “galera” sempre aparecem na resposta. Afinal, “se não fossem o amor e o carinho dessa galera, o Restart não seria nada”.